Oíndice de mortes pelo vírus H1N1 no RN, que até ontem registrou 17 óbitos, a partir de 104 casos confirmados, é o maior do Nordeste. Apesar da marca, a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde, Juliana Araújo, disse que a taxa é considerada "padrão" pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O índice está em 0,5, o que significa que a cada 100 mil pessoas, 0,5 morreu por Influenza A. "Claro que trabalhamos para reduzir esse índice a zero, mas é uma taxa que não está acima do Brasil nem do mundo", acrescenta.
O estado supera os números da Bahia, que teve 206 casos confirmados e 14 mortes, além de Pernambuco (156 casos e 6 mortes), Ceará (122 casos e 4 mortes), Paraíba (25 casos e 3 mortes), Piauí (174 casos e 1 morte), Sergipe (23 casos e 1 morte), e Alagoas (25 casos e zero morte) e Maranhão (39 casos e zero morte). Dos 104 casos confirmados no estado, 17 figuram entre os óbitos até ontem.
O fato de o RN ainda não ter registrado óbito por Influenza A em 2010 não significa que o vírus tenha mudado de comportamento. De acordo com Juliana, o que influenciou para que o estado atingisse essa curva de estabilidade foi a conscientização da população em procurar atendimento. "Tivemos grande quantidade de óbitos nesse período porque em 90% dos casos as pessoas procuraram o serviço de saúde de forma tardia. Hoje indicamos o Tamiflu nas primeiras 48 horas e a maioria dessas pessoas já tinha tomado alguma coisa antes de procurar atendimento, o que mascarava a doença".
Aglomeração
Segundo Juliana, as recomendações para o carnaval são as de praxe. É importante que aqueles que fazem parte do grupo de risco - idosos, gestantes, crianças menores de dois anos e doentes crônicos - evitem aglomerações, lugares tumultuados e compartilhar copos, latinhas e garrafas. Outra dica de Juliana Araújo é que, se puderem escolher, os integrantes desse grupo de risco optem pelas praias. Já para aqueles fora do grupo, a recomendação é se divertir com responsabilidade, evitando, principalmente, o compartilhamento de objetos. "A circulação do vírus está em todo o estado, por isso as pessoas precisam continuar se higienizando e tendo esses cuidados básicos", diz.
Vacina
O estado vai receber 1.147.258 doses de vacina para a gripe A. A vacinação começa no dia 8 de março e segue até o dia 7 de maio e seguirá quatro etapas: a primeira será voltada para os profissionais de saúde, tanto os da rede básica quanto os de referência; a segunda fase contemplará gestantes, crianças entre seis meses e dois anos e pessoas com comorbidade (que tenham alguma doença de base); na terceira etapa serão vacinadas as pessoas que têm entre 20 e 29 anos, uma das faixas etárias mais acometidas pela gripe; por último, os idosos com comorbidade. "Pedimos apoio e consciência da população em compreender que uma pessoa saudável tem condições de debelar o vírus de forma mais satisfatória do que as outras incluídas no grupo de risco, e, por isso, não deve tomar a vacina". Enquanto a vacina não chega, o ideal é manter a higienização das mãos (lavando com água e sabão ou usando álcool gel), evitar locais muito cheios, usar lenços descartáveis ao espirrar ou tossir e evitar o compartilhamento de objetos pessoais.
Saiba mais
Mortes por gripe A no Nordeste
RN - 17
BA - 14
PE - 6
CE - 4
PB - 3
PI - 1
SE - 1
AL - 0
MA - 0
