sexta-feira, 29 de maio de 2009

Chuvas deverão aumentar no litoral e diminuir nas cidades do interior

O meteorologista da Empresa de Pesquisa e Agropecuária do RN (EMPARN), Gilmar Bistrot, disse ontem, 28, que as chuvas que atingem o Estado nas últimas semanas vão aumentar na faixa litorânea (setor leste) durante os meses de junho e julho. No interior, ao contrário, a tendência é diminuir as precipitações.

"O que ocorreu durante os últimos meses no interior vai acontecer no litoral a partir de junho", afirmou Bistrot.

De acordo com o especialista, 2009 é o ano mais chuvoso da década no Rio Grande do Norte.Na última década, os anos em que houve o registro de mais chuva no RN foram os de 2004 (cerca de 900 milímetros) e 2008 (cerca de 1.100 milímetros).

De janeiro a maio deste ano choveu 1.400mm, o que significa que, em menos de um semestre, este ano já superou os outros.

A maioria dos estudos dos modelos oceânicos e atmosféricos indica tendência de chuva normal à acima da média para a região do litoral do Nordeste brasileiro, durante junho a agosto: 40% acima da média, 35% ocorrência normal e 25% abaixo da média.

"Não é comum acontecer tanta chuva em anos seguidos, isso só ocorre muito raramente; e é preciso que vários fatores favoreçam", explicou Gilmar.

É preciso que as águas do Oceano Pacífico estejam frias e que as dos Oceanos Atlântico Norte e Atlântico Sul estejam quentes. Dessa forma, o encontro dos ventos alísios (ventos dos trópicos em direção ao Equador) do Sudeste e do Nordeste provoca o aumento da umidade, causando chuvas.

O meteorologista afirmou que ainda que fossem construídas mais barragens o Estado teria inundações neste ano, pois choveu bastante e ainda choverá muito. Com o aumento de chuvas no litoral, a situação tende a piorar devido ao lençol freático urbano que dificulta a absorção da água pelo solo.

"Apesar de a previsão ser feita de médio a curto prazo, a gente não vê uma parada de chuva, já que as condições que propiciam essa situação continuam constantes", destacou Bistrot.

As informações fornecidas por Gilmar Bistrot foram discutidas no "6º Fórum de Análise e Previsão Climática", realizado em Sergipe, em maio deste ano.

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