terça-feira, 13 de abril de 2010

PMDB, PR e PV decidem por coligação na chapa proporcional

O deputado federal Henrique Eduardo Alves, que até pouco tempo defendia a coligação formal do PMDB com o PSB, desistiu da ideia em prol de sua sobrevivência política. O PR, que havia acertado com o governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) para indicar o vice na chapa majoritária, mudou os planos.

O PV, que estava flertando com o DEM com aliança e seguir com a senadora Rosalba Ciarlini ao Governo do Estado, não tem mais esse propósito.

Ontem, depois de reunião que envolveu líderes do PMDB, PR e PV, saiu a decisão de que os três partidos formarão coligação na chapa proporcional para deputados estaduais e federais. O PSB perde tempo de TV do PR, e o DEM, do PV.

Na prática, a união dos deputados federais João Maia, Henrique Eduardo Alves e a prefeita Micarla de Sousa - de Natal - é para garantir capital eleitoral às eleições de Henrique, Maia e do vereador de Natal Paulo Wagner (PV) à Câmara Federal.

Formalmente, PR e PMDB não poderão contribuir com a reeleição do governador Iberê Ferreira de Souza, bem como o PV de ajudar na campanha de Rosalba ao Governo do Estado. Informalmente, a história é outra. PR e PMDB vão poder estar no palanque governista, assim como o PV terá condições de ajudar a oposição. No meio desse jogo político está o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB).

Ele não poderá ficar atrelado a nenhum candidato ao Governo, embora possa estar no mesmo palanque da senadora Rosalba Ciarlini.

Os planos de Henrique Eduardo Alves se tornam claros: quer unir PV e PR em torno da candidatura de Garibaldi à reeleição. O PV vai indicar o primeiro suplente. A prefeita Micarla de Sousa impôs o nome da irmã Rosy de Sousa aos bacuraus.

Ao PR será ofertada a segunda suplência. Segundo José Wilder, assessor direto de Garibaldi Filho, a segunda etapa do acordo fechado ontem é justamente nesse sentido. "Henrique conversará com o PR e tentará atrair o partido", disse.

A ideia é seguir com a chapa proporcional apoiando a candidatura de Garibaldi Filho à reeleição, já que ele poderá sair candidato sem estar atrelado oficialmente a candidatos ao Governo do Estado.

CONSEQUÊNCIAS

A decisão tomada pelo PR isola o PSB e o PT. Os dois partidos ficam restritos às candidaturas de Fátima Bezerra (PT) e de Sandra Rosado (PSB). Pelo acordo, João Maia, Henrique Eduardo Alves e Paulo Wagner terão que conseguir 660 mil votos - de acordo com projeção que se faz a partir do quociente eleitoral que vem sendo posto - para garantirem eleição à Câmara Federal.

Com a aliança pré-anunciada, a possibilidade de um chapão para apresentação de candidatos a deputados estaduais e federais fica impossível e, com isso, resulta em um problema para a base governista.

PT e PSB não têm alternativa: terão que se coligar na proporcional, apesar da negativa anunciada pela deputada federal petista Fátima Bezerra.

Os dois partidos se apresentam com uma particularidade: ambos têm parlamentar federal - Sandra Rosado (PSB) e a própria Fátima, nomes que podem ter dificuldades em manter as cadeiras no Congresso Federal.

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