sábado, 19 de abril de 2008

Artigo escrito por Honório de Medeiros

O QUE NÃO SE DEVE ESQUECER NESSA PRÓXIMA CAMPANHA DE PREFEITO


Vem aí outra campanha para Prefeito em Pau dos Ferros. Será quente? Tudo indica que vai ser muito quente. A radicalização, em ambos os lados, está no ar e no chão. E isso faz parte da tradição político-partidária da cidade. Quem não lembra da campanha de Aliatá Chaves contra Nilton Figueiredo?

Do ponto de vista estratégico isso interessaria aos candidatos? Penso que não. Talvez algum assessor menos avisado opine que sim, achando que a radicalização une os correligionários e lhes dá disposição de luta. Um exemplo dessa estratégia foi a campanha de Aluízio Alves para Governador. E a de Geraldo Melo, cujo mote era, realmente, o “futuro” contra o “passado”, colocando, deste lado, a ditadura, e, do outro, o seu, o retorno à democracia. Foi isso que planejamos no “Super G”, o grupo de estratégia que Geraldo criou para pensar sua campanha muito antes dela começar.

Mas a época é outra e não se pode dançar forró quando o que toca é samba. Trocando em miúdos: temos de dançar conforme a música. E a música, hoje, é outra, por que os tempos, as circunstâncias e o eleitorado são outros. Principalmente quando se trata da atividade política, cada vez mais e profundamente detestada pelo cidadão comum, como atesta as pesquisas realizadas Brasil a fora pela mídia nacional. Principalmente por que Pau dos Ferros cresceu muito, desenvolveu-se, recebe muita gente de fora, manda muitos filhos seus estudar em centros mais avançados, e tudo isso faz mudar o quadro anterior...

Estou falando concretamente de uma fatia do eleitorado que nada tem a ver com os atuais políticos. E estou falando de outra larga fatia do eleitorado que se afastou, desgostoso, da política partidária. É um contingente significativo e que deve votar sem participar da radicalização. São eleitores jovens que estão em outra. São eleitores antigos que pularam fora. São eleitores vindos de outros lugares para residir em Pau dos Ferros.

Esses eleitores vão analisar criticamente os candidatos. Vão valorizar conteúdo e deixar de lado o blá-blá-blá sem conseqüências. Vão pensar em propostas e nas condições de transformá-las em realidade. Eles estão incomodados com o dia-a-dia, querem melhorar sua vida e a de seus filhos. Pensam no presente e futuro e deixam o passado para trás. Ou então, sendo jovens e descomprometidos com cores, partidos, candidatos, mas tendo algum senso crítico, vão se vincular a algo que lhes diga respeito, que tenha relação com seu dia-a-dia, que toque seu coração e razão.

Provavelmente esses eleitores estarão entre os indecisos, nas pesquisas de opinião. Mas pode ser que não. Talvez eles até apontem um ou outro candidato, em rodas de conversa, comícios, por onde andam, mas é para fugir da pressão dos amigos, parentes e das tropas de choque dos candidatos.

Entretanto, na hora de votar...

Honório de Medeiros é advogado, escritor, professor universitário e ex-secretário de Estado da Administração.

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