terça-feira, 4 de setembro de 2007

Obelisco, o marco do centenário

No ano de 1956 um grande acontecimento marcou a história do nosso município: a festa comemorativa em uma mesma data do bicentenário da Paróquia e no centenário do Município.

Na época era o prefeito da nossa cidade o Dr. José Fernandes de Melo e o Monsenhor Manoel Caminha Freire de Andrade o seu pároco. Juntos de mãos dadas, Prefeitura e Paróquia promoveram a maior festa cívico-religiosa já registrada em nossa história. Uma vasta programação foi elaborada de 14 a 19 de dezembro daquele ano, constando de eventos religiosos, cívicos e sociais.

O obelisco foi construído para ser através dos tempos o marco vivo daquele acontecimento. O projeto que o originou foi feito em Natal pelo arquiteto Souza Lelles, ficando a sua construção sob a responsabilidade de José Florêncio de Queiroz, mestre de obras de nossa cidade.

A sua inauguração aconteceu no dia 14 de dezembro daquele ano, abrindo as comemorações da memorável festa, tendo como orador oficial do evento o Prefeito Municipal. No local onde ele foi edificado, não existia a atual praça, havia apenas o largo da Praça da Matriz, sem calçamento. Após sua construção, o largo ficou conhecido como o Largo do Centenário. Somente na minha primeira gestão de prefeito é que a mencionada praça foi construída, sendo inaugurada no dia 1º de maio de 1972, ano do sesquicentenário da independência do Brasil. Recebendo então, através da Lei Municipal Nº 309 de 13 de abril de 1972, o nome de Praça do Centenário em homenagem ao fato em destaque. A frase de Castro Alves: “A praça é do povo como o céu é do condor” que se encontra escrita na sua concha acústica, foi uma escolha minha, tendo como finalidade primordial fazer uma alusão ao regime militar vigente na época, o qual dominava o país e amordaçava o povo. Vale salientar que na ocasião eu era o único prefeito de oposição no Rio Grande do Norte, eleito sob a legenda do MDB, atualmente PMDB.

Nos dias atuais, por falta de informação, muita gente troca seu nome, chamando-a de Praça do Condor, em vez de Praça do Centenário, como está impresso na placa fixada no ato de sua inauguração, quando oficialmente foi entregue ao povo.

Outro fato distorcido diz respeito ao Obelisco, que algumas pessoas consideram como um símbolo de nossa cidade. O verdadeiro símbolo de Pau dos Ferros, nascido de suas raízes históricas, é a árvore oiticica com os ferros dos fazendeiros gravados no seu tronco e que deu origem ao topônimo de nosso município.

Finalmente é esta, em resumo, a história do Obelisco que com sua imponência embeleza a principal praça de nossa cidade.

Necessário se torna divulgar melhor a história do nosso município, principalmente entre as novas gerações para que interpretações distorcidas não mais aconteçam.

Dr. José Edmilson de Holanda, para o site www.paudosferos.com.br

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