quinta-feira, 18 de março de 2010

Proposta de Fábio Faria define trotes violentos como crimes

Intimidar alguém de forma agressiva, intencional e repetitiva, que cause dor ou sofrimento, ofendendo sua dignidade pode ser considerado crime.

É o chamado bullying, registrado em trotes violentos praticados contra calouros de universidades em todo o país. O projeto do deputado federal Fábio Faria (PMN) prevê detenção de até um ano caso a finalidade seja atingir a dignidade da vítima pela raça, cor, etnia, religião, origem ou se a pessoa for portadora de deficiência.

“Nos surpreende ver que rituais envolvendo humilhação, violência e crueldade existam na sociedade brasileira, especialmente em universidades. Todos os anos, há muitos anos, tomamos conhecimento de atos criminosos praticados contra os estudantes que ingressam nas universidade”, avalia Fábio Faria ao acrescentar que muitos problemas de saúde, mutilações e até mortes por afogamento, ferimentos ou coma alcoólico já foram registrados nesses casos.

Recentemente, a televisão mostrou o caso de calouros de um curso de medicina sendo obrigados a esfregar fígado de boi, podre, em seus corpos. Cerveja era cuspida pelos veteranos no rosto dos calouros, constrangidos, ainda, a ficarem nus e a lutar na lama.

Já em Mogi das Cruzes (SP), os veteranos do curso de medicina alertavam os calouros com pichações na entrada da cidade “Se chorar, vai ser pior”. Eram adolescentes vindos de outras cidades, que foram recebidos da pior forma possível. Tapas, comida estragada, insultos, nudez forçada e ameaças também fazem parte desse tipo de ritual universitário, além, é claro, de drogas ilegais.

“Medicina e veterinária são, segundo estudiosos, os cursos onde os trotes são mais violentos. Algo que não condiz, em absoluto, com o caráter dessas profissões, aliás, com o caráter de nenhuma profissão”, afirmou Fábio Faria em discurso no Plenário, ao defender agilidade na tramitação do projeto...

E acrescentou: "Espero que a legislação e a jurisprudência caminhe nessa direção, e que a sociedade deixe de ser complacente com o trote universitário, cuja gravidade e periculosidade exigem sua imediata abolição”, concluiu o deputado potiguar.

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