quinta-feira, 3 de julho de 2008

Glauber Nascimento...

Velhos tempos

Desde menino convivi com a política. Meu pai apesar de nunca ter sido político fazia da política partidária parte de sua vida. Era partidário mesmo, um aluizista declarado, tinha paixão pela cor verde, era digamos um bacurau nato. Nunca escondeu sua posição, nem mesmo quando ainda na ativa da Policia Militar, que por várias vez foi detido por declarar simpatia e até acompanhar as caravanas de Aluizio Alves, algo proibido há época para um policial que se quer tinha o direito a votar. Os amigos de luta não eram poucos, gente que como ele empunhava a bandeira ou o lenço verde na defesa do partido que repetia exaustivamente ser o melhor. Ivi Mafaldo e Maria Aires eram bons exemplos de verdadeiros companheiros de luta. Recordo como ambos se cumprimentavam num encontro casual na minha casa ou até mesmo pelas ruas, o olá, ou outro qualquer cumprimento vinha sempre precedido do “e o nosso PMDB?”. Perder comício ou passeata, nunca o lembro ter deixado de ir algum. Diante dos últimos acontecimentos envolvendo o PMDB pau-ferrense, fico imaginando como deve estar meu pai, acompanhando de longe todas essas celeumas. O que ele e Ivi andam comentando acerca de tantos problemas e impasses que vive o partido que tanto amaram? Como será que receberam a notícia que o nome de Tércia foi preterido na Convenção. Mais: o que dizem vendo os muitos dos peemedebistas históricos, ou não, divididos? Se ainda estivesse entre nós, acho pouco provável que o amor ao partido e a política fossem o mesmo.

Calculadora

Antes do ponta pé inicial da campanha situação e oposição fazem os cálculos pra saber quem lucrou mais com os apoios iniciais. No grupo de Nilton as somas de Andrea, Xavier e Pastor Alfredo são vistas como boas aquisições. Já a ala de Leonardo comemora o apoio de Maria.

Quem sabe

PT e PV fecharam aliança na chapa proporcional. O sonho de uma das legendas garantir um assento no legislativo ganha força. Dependendo do potencial dos candidatos de ambos os partidos, alguém pode fazer história, tendo em vista que nenhuma dos dois partidos jamais conseguiu a façanha.

Espaços na Câmara

Mas é o DEM e o PP que vão disputar o maior número de vagas no Legislativo. O PMDB pode decepcionar, tendo em vista a fraca expressividade eleitoral que tem os candidatos da legenda. Dos cinco, apenas um tem fôlego pra chegar longe.

Gravações

O trabalho de coleta das gravações dos discursos proferidos pelos candidatos no passado já começou. Mesmo ainda longe do período dos programas eleitorais no rádio, já há quem esteja até rabiscando os primeiros programas. O que foi dito no passado pesa, e as equipes de campanha sabem disso. Há falas que são verdadeiras nitroglicerina pura.

Convidado

O deputado Raimundo Fernandes foi convidado pela governadora Wilma para assumir uma secretaria no Governo do Estado, mas o deputado preferiu continuar na Assembléia. No momento Raimundo quer se dedicar às campanhas municipais e está ao lado daqueles que o apoiaram em 2006.

Limitado

A internet é sem dúvida uma revolução na vida das pessoas. Diariamente não há como não depender dela. Só que esta ferramenta de comunicação vai ter uma participação limitada na campanha municipal. Antes de utilizá-la os candidatos e as assessorias jurídicas precisam ficar atentas. Nem tudo pode, seja em blogs ou sites.

Nos EUA pode

Já nos Estados Unidos a legislação permite uma ampla utilização da internet nas campanhas eleitorais. Por lá, o fenômenos chamado Barak Obama vem usando com maestria a grande rede, inclusive no campo da arrecadação financeira. Pra se ter uma idéia a “máquina de arrecadação" de Obama, angariou US$ 1,5 milhões por meio de seu site, todos com doações de menos de US$ 200. Por aqui fica difícil pensar em fórmulas como esta, o mais provável é acontecer o contrário.

Sem oposição

A candidatura única não acontece apenas em Major Sales e Luis Gomes, não. Em José da Penha, Riacho de Santa e Água Nova também há apenas um lado. Em José da penha, por exemplo, só há nove candidatos a vereador e todos do mesmo partido.


Ponto Final

@ Nem mesmo o pequeno eleitorado de Rafael Fernandes desestimula os candidatos ao executivo. Por lá são três candidatos.

@ Em 2004 Francisco Dantas acompanhou uma campanha parecida. A disputa foi tão acirrada que a maioria do primeiro para o segundo não superou os dez votos.

@ Uma das áreas que mais deve trabalhar nesta campanha é a da advocacia.

@ Por falar em advocacia, o advogado Nelsinho é nome consensual na ala niltista para ser um dos coordenadores da campanha. Uma coisa é certa: competência não lhe falta.

@ Nilton e Leonardo já mandaram reforçar a sola dos sapatos. A caminhada é longa. Nas visitas casa a casa as comitivas sempre vão ser a mesmas. Com Nilton devem ir Xavier, Andrea e pastor Alfredo, além dos candidatos a vereador. Já Leonardo vai sempre andar acompanhado de Fabrício, Maria Rêgo e vereadores.

@ Muita gente está ansiosa pra saber quais hits vão embalar a campanha pau-ferrense. Boas músicas são importantes numa campanha, se cair na boca do povo, melhor ainda.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sem sombra de dúvida concordo plenamente com a coluna de Glauber Nascimento. Velhos tempos, são os tempos em que o PMDB tinha candidato próprio, são os tempos em que levantar a bandeira do PMDB significava orgulho de ser o maior partido político não só municipal como também em nível estadual. Meu avô o mesmo aluizista citado por Glauber com certeza ficaria muito, mas muito decepcionado se estivesse presenciando a brincadeira que estão fazendo com o PMDB de Pau dos Ferros hoje. Resta apenas a minha esperança e de todos os velhos peemedebistas de verdade de que, aquele velho PMDB um dia voltará e se colocará no seu devido lugar.