sexta-feira, 23 de maio de 2008

Textos com assinatura de Flaubert Torquato

Da traição, ninguém escapa!

A palavra traição, segundo o dicionário Aurélio, significa “crime de quem, perfidamente, entrega, denuncia ou vende alguém ou alguma coisa ao inimigo”. Como conseqüência, é possível dizer que traidor é a pessoa que atraiçoa, que quebra o pacto da fidelidade e da lealdade. Na política, traidor é um subordinado desleal e infiel, que comete perfídia e se rebela contra aqueles que esperam dele respeito e obediência.

Dito isso, é surpreendente o que acontece com o ex-deputado Elias Fernandes. Parece incrível, mas enquanto em Natal os partidos da base aliada ao governo do presidente Lula (PT) se esforçaram, ao máximo, para construir uma forte aliança político-eleitoral, tendo a deputada Fátima Bezerra como candidata de uma coligação, envolvendo o PT-PMDB-PSB-PCdoB, aqui em Pau dos Ferros, paradoxalmente, o ex-deputado do PMDB, sem mandato, mas com um gordo cargo no governo federal, trabalha em favor dos adversários do presidente Lula.

O presidente Lula vem colocando o PMDB na condição de aliado privilegiado com seis ministérios, suplantando partidos que o apóiam há muito mais tempo, como PSB e PC do B. O PMDB, partido de Elias, detém a maior fatia de cargos no primeiro escalão no Governo Federal, como os Ministérios da Agricultura, Integração Nacional, Saúde, Comunicações, Minas e Energia e Defesa. Juntos, esses ministérios gastaram, em 2007, a soma de R$ 84,6 bilhões. São os maiores orçamentos da República. Da mesma forma, os peemedebistas conquistaram cargos estratégicos de segundo escalão e na direção das maiores empresas estatais. Ao ex-deputado Elias Fernandes, o presidente Lula concedeu a Direção-geral do DNOCS. Em troca a tudo isso, Lula recebe uma punhalada nas costas de quem menos esperava. Nos subterrâneos, o ex-deputado age como adversário. Confabula com adversários de Lula. Trama contra o presidente da República.

Pau dos Ferros não é uma cidade qualquer. É a segunda maior cidade do RN, em que o PFL (atual DEM) administra. Ademais, é conhecedora a afinidade política do prefeito Leonardo Rêgo com o senador José Agripino, maior crítico de Lula no Congresso Nacional. Todos sabem que o PFL (atual DEM) pratica a mais sistemática e violenta campanha difamatória já orquestrada contra um presidente da República na história brasileira. E, para estupefação de todos, Elias Fernandes presta-se a fazer campanha para o PFL. E o pior, ainda quer indicar o filho como candidato a vice-prefeito na chapa do PFL.

Seria um caso, de todo modo, sui generis e porque não dizer deslealdoso. Ou seja, um cidadão tem um importante cargo no governo e apóia politicamente os principais opositores deste mesmo governo. Não se está aqui criticando as parcerias institucionais estabelecidas entre o DNOCS e a Prefeitura de Pau dos Ferros. Elas serão bem vindas. O desvario está na dimensão político-partidária dessas relações.

De tudo isso, algumas perguntas: Que confiança tem um aliado como Elias Fernandes? Que parceiro é esse? A quem interessa esse jogo dúbio e oportunista de Elias Fernandes? Que preço pagará Elias por essa felonia?

Em Pau dos Ferros, o Presidente LULA não precisa de adversários, porque quem tem Elias Fernandes como aliado, não precisa de inimigo nem de opositores.


Monstrengo
O atraso na conclusão das obras da Avenida da Independência vem sendo alvo de reclamações dos andantes, moradores e comerciantes do local. Aquilo virou um monstrengo, e não foi por falta de aviso. Já havíamos previsto e dissemos anteriormente: obra mal planejada e pessimamente executa. Afinal, por que parou?

Por que parou? Parou por quê?
Diga-se a propósito que é muito estranho o que está acontecendo com algumas obras realizadas em Pau dos Ferros. Além das obras da Avenida da Independência, encontram-se também paralisadas as obras de pavimentação do prolongamento da Rua Joaquim Torquato. Os fatos são anormais porque, apesar de estarem sendo construídas pela prefeitura, os recursos são do Governo Federal. E, pelo que se sabe, não está ocorrendo atraso na liberação dos recursos. Pelo contrário, o dinheiro para estas obras encontra-se no caixa da prefeitura desde o final do ano passado.

Cadê o palco?
Se não bastassem as obras que se encontram paralisadas, os trabalhos de edificação da praça de eventos estão atrasadíssimos. Para se ter uma idéia do tamanho do retardamento, desde o dia 11 de dezembro, o Governo Federal, através do Ministério do Turismo, liberou a última parcela da obra. Foram 300 mil reais para implantação da área de palco da praça. Até agora nadinha do tablado. Por falar em palco, lembrei-me de uma música memorável: sonhos de um palhaço, de Antônio Marcos e Sergio Sá. Assim se canta: “Ah, no palco da ilusão. Pintei meu coração. Entreguei o amor e o sonho sem saber. Que o palhaço pinta o rosto pra viver. Vejam só ...”

Calamidade
E, definitivamente, a buraqueira, o lixo e o mato tomaram conta da cidade. E o pior, as autoridades locais não fazem absolutamente nada. É de se imaginar que o problema não seja por falta de recursos, haja vista que a prefeitura vai gastar 148 mil reais em uma obra no Bairro São Geraldo que o Governo do Estado havia se comprometido a fazer. Uma cidade que não tem saúde, não tem educação, não tem infra-estrutura e sequer possui um serviço público decente não pode se dar ao luxo de abrir mão de recursos estaduais e federais. O dinheiro agora está fazendo falta.

Troféu “Pateta do Ano”
E no meio político, os analistas já escolheram o pateta do ano. Ele mesmo: José Agripino Maia, do PFL (atual DEM). No embate travado com a Ministra Chefe da Casa Civil Dilma Roussef no senado, ele levou a pior. E que pior! Foi constrangedor para o presunçoso Agripino Maia ter sido tão humilhado pela Ministra. Até os capitães do mato da grande imprensa foram obrigados a torcer o rabo e admirar o desempenho de Dilma. Para os jornalistas, a oposição deu 'tiro no pé' e Dilma 'venceu'.

Quem fala o que quer...
Realmente, o que se pode esperar de um político e de um partido que abriga em suas fileiras um cidadão do porte de Agripino Maia. Este filhote da ditadura teve o desplante de perguntar a Ministra Dilma Roussef se ela mentiu na ditadura durante a tortura. Ela respondeu a altura e de forma brilhante. Agripino deixou cair a máscara e revelou-se no fundo um saudosista dos anos de chumbo, período em que sua gente mandava e desmandava neste país, matando e torturando. Naquela época, Agripino, apoiava em gênero, número e grau o regime ditatorial que mantinha o povo distante de qualquer forma de decisão. Naquela época, o aloprado Agripino Maia fazia as suas estripulias. Em troca do apoio ao regime de exceção, enriqueceu de forma espúria e ganhava poder político sob o beneplácito do fatídico período discricionário. Enquanto isso, a honrada, intrépida, ilibada... Dilma Rousseff estava no 'front' combatendo a famigerada ditadura militar,

Tortura nunca mais
Perguntado sobre o que achou da resposta, Agripino Maia limitou-se a dizer que foi mal interpretada a sua pergunta e que a Ministra “emocionalizou” a resposta. Não teve coragem de admitir que quebrou a cara. Agripino Maia foi da Arena, o partido da ditadura, que queimado mudou de nome para PDS, posteriormente transformado em PFL e agora, por estar minguando mudou novamente de denominação para democratas. Cai bem para eles a abreviatura Demo. Pelo passado de Agripino e dos correligionários que estão usando indevidamente o adjetivo democrata, pode-se imaginar porque foi perguntado a Ministra se ela mentiu durante a ditadura. Agora, vejam só, Agripino quer posar de uma forma que nunca foi, ou seja, de democrata. É por isso, que os Demos de hoje estão desaparecendo da cena política.

Não falem dessa mulher perto de mim
Depois de ter sido detonado pela Ministra Chefe da Casa Civil Dilma Roussef, adivinhem qual é a música que o Senador José Agripino anda cantando com bastante freqüência? Cabelos brancos, de Herivelto Martins e Marino Pinto. Diz a música: “Não falem desta mulher perto de mim. Não falem pra não lembrar minha dor. Já fui moço...”

Jornada Geográfica
O Departamento de Geografia do Campus Pau dos Ferros da UERN realizará, no período 28 e 30 de maio de 2008, a IV Jornada Geográfica, cujo tema versará sobre “Leituras Geográficas dos Sertões do Nordeste”. O evento é voltado para os profissionais e alunos interessados na temática e tem como objetivo promover a construção e a socialização de atividades acadêmico-científico-culturais que favoreçam o diálogo entre a comunidade acadêmica do Curso de Geografia e áreas afins, como pressuposto à formação e atuação do profissional geógrafo; Possibilitar a discussão acerca das diferentes abordagens que envolvem o sertão nordestino, tendo a paisagem como referencial de leitura e análise. Mais informações e inscrições: http://www.uern.br/outros/ivjornadadegeografia/

* Flaubert Torquato é professor/doutor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)/Pau dos Ferros e colunista do jornal Resenha Alto Oeste

3 comentários:

Anônimo disse...

Olha professor tudo que voce fala sobre esse prefeito para min não é novidade haja visto os péssimos exemplos de administração de sua familia na cidade natal deles Portalegre-rn. Quanto ao ex-deputado Elias Fernandes mostra o carrater de ulguns politicos brasileiros reclamam da vaca mas não solta a têta, LULA precisa saber da posição dele e do PMDB em outras cidades do RN.

Anônimo disse...

Com relação a Elias, nunca se teve dúvida nenhuma. Há tempos o PMDB virou legenda de aluguel. Até o PFL (hoje DEMO) tem mais moral, apesar da história de podridão que possui. Elias quer de lá e jamais soltará de cá porque Lula é um vitorioso e Leonardo tem a máquina e dinheiro pra gastar. Nilton só tem contas a pagar, com a justiça, com a população de Pau dos Ferros e agora de Natal também. Não tem arranque e não terá fôlego, enquanto o projeto de continuidade da ditadura tem todo um exército sendo pago para lotar inaugurações, eventos de bairro e otras cositas mas. Já Lula não sabe nem onde fica Pau dos Ferros, nem quantos habitantes tem, quem é o seu prefeito ou se a gente tá sendo afogado por uma administração desastrosa e vergonhosa por aqui. O que nos sobra é só um valioso voto em branco, já que até o PT pauferrense tá aliado com o diabo.

Anônimo disse...

Caro Jean,
Gostaria de poder ler a coluna de Glauber Nascimento! Se não for possível publicá-la, ficaria agradecido se pudesse me enviar!
dennenascimento@yahoo.com.br
desde já agradeço.