Comentem... quero saber sua opinião!!!

Enquanto muitos dormiam, eu dava uma passada rápida, na madrugada, por alguns jornais do nosso estado. Um comentário me chamou a atenção e eu resolvi dividir com os leitores desse blog, transcrevendo na integra. Trata-se da abertura da coluna do jornalista César Santos do Jornal De Fato que circula hoje.

O comentário trata da insegurança que preocupa todos os brasileiros, sem exceção. No Rio Grande do Norte o medo também impera. Vivemos uma realidade atípica em que o homem de bem vive trancafiado, enquanto que os bandidos circulam livremente, procurando a próxima vítima... Pois bem, vou deixar de escrever sobre o tema, sob o risco de não mais parar. Abaixo, o comentário:

“Senhor ladrão, solicito que, após furtar-me de novo, ofereça o produto a mim mesmo. Comprar de novo no mercado legal custa muito caro, e sei que o senhor vende baratinho. Prometo sigilo absoluto, pois não desejo ser preso por receptação de produto furtado. Certo de sua compreensão, aguardo. Tratar aqui. Obs.: Favor não roubar a faixa.” Não se trata de uma brincadeira. Esse é o conteúdo de uma faixa colocada por um comerciante em seu estabelecimento para denunciar, com ironia, a ineficiência do sistema de segurança pública no Rio Grande do Norte. O ponto comercial, por várias vezes roubado, fica a 50 metros de uma Delegacia de Polícia em Natal. Em Mossoró, no bairro Abolição IV (zona oeste), um mercadinho está fechando as portas pela completa ausência de clientes, seu proprietário reclama que os consumidores deixaram de freqüentar o comércio com medo dos assaltos, registrados com freqüência. Uma farmácia no bairro Bom Jardim (zona norte) que funcionava dia e noite deixou de oferecer o serviço devido aos assaltos. Tornou-se comum na periferia de Mossoró encontrar pequenos comércios protegidos por grades, uma forma encontrada para evitar a “visita” dos assaltantes. O quadro se mostra ainda mais preocupante quando, para melhorar o funcionamento das delegacias de Polícia, os delegados, de forma voluntária, gastam do próprio bolso com pequenas obras. A Defur de Mossoró passa por isso. O teto está sendo consertado com o dinheiro do seu titular. Os equipamentos como cadeira, sofá e computador, também pertencem ao delegado. Esse é um problema que se arrasta há anos. Sem solução. Mas parece se agravar a cada dia. A segurança pública fracassou não apenas pela falta de investimento, mas principalmente pela completa ausência de uma estratégia capaz de enfrentar os grupos e bandidos. Não adianta o Governo comprar carros, armamento, munição e coletes para a Polícia, quando o comando da Defesa Social se mostra incapaz de implantar uma estratégia para garantir a segurança à população. O resultado disso é o desespero do cidadão de bem, como esse comerciante natalense que, desamparado e, sem perspectiva de solução, apelou à ironia para chamar a atenção do Estado. Grave. Muito grave mesmo.