Deu na coluna de César Santos...
O senador José Agripino, líder dos Democratas e maior nome da oposição ao governo Lula do PT, assinou requerimento com pedido de instalação da CPI da Petrobras. Certo. Mas não levou o partido junto. Suficiente para a desconfiança do seu parceiro de oposição, o PSDB, que viu parceria dos democratas com o governo para “abortar” a investigação no Senado. A jornalista Renata Lo Prete, no Painel da Folha de S.Paulo, colocou mais lenha na fogueira, revelando os bastidores do desconforto entre DEM e PSDB e deixando Agripino em situação desconfortável. Leia o que escreveu a jornalista da Folha, na nota Inflamável: “Por trás da inusitada parceria do DEM com o governo para abortar a CPI da Petrobras, tucanos enxergam interesse específico do líder ‘demo’ José Agripino Maia (RN). Alegam que a investigação inevitavelmente esbarraria nos negócios da Comércio de Combustível para Aviação (COMAV), empresa cujo sócio majoritário é o deputado Felipe Maia, filho do senador. A Comav tem contratos com a BR Distribuidora para abastecer os aeroportos de Natal e Mossoró. A CPI também poderia bater nos negócios do empresário Sinval Moreira Dias, filiado ao DEM e sócio da família Maia. Para completar, em 2010 a Comav terá de renovar seu contrato com a Petrobras.” Continua a nota: “Em 2006, antes da renovação do contrato com a BR Distribuidora, Felipe Maia declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 3,9 milhões. Nesse documento, o deputado avaliou sua cota na Comav em R$ 120 mil.” E concluiu: “Agripino nega que tenha interesse pessoal no caso. ‘É um absurdo. Felipe tem esse contrato há quase dez anos. Foi uma concorrência’, afirma o senador, para em seguida se voltar contra os tucanos: ‘Eu fui um dos primeiros a assinar a CPI. E Arthur Virgílio concordou com o acordo (para adiar a instalação). Por que será que ele foi desautorizado pelo PSDB?’” Como se pode observar, o jogo de interesse em Brasília é bem maior do que nós, pobres mortais, imaginamos. E, certamente, são esses interesses que conduzem a caminhada deles rumo às eleições 2010.
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